Polêmica

'Mãos sujas com sangue de Marielle', diz viúva sobre governador

Mônica Benício disse para justificar ausência em reunião

Mônica chegou a ir ao Palácio Guanabara mas não entrou para a reunião
Mônica chegou a ir ao Palácio Guanabara mas não entrou para a reunião |  Foto: Marcelo Eugênio
 

“As mãos do governador Cláudio Castro estão sujas com o sangue de Marielle Franco". A frase foi dita pela viúva e também vereadora Mônica Benício aos jornalistas, na tarde desta terça-feira (14), na entrada do Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado, para justificar sua ausência na reunião que acontece no local entre o chefe do Executivo estadual, familiares de Marielle e integrantes da Anisitia Internacional. 

A viúva de Marielle disse ainda que não iria participar de uma reunião “para ter uma foto bonita” com o governador mas sem nenhuma indicação objetiva de solução do crime. Vários atos foram realizados nesta terça para marcar os cinco anos do assassinato de Mariellle e do seu motorista Anderson Gomes.

"A Anistia Internacional chamou uma reunião com o governador mas eu vim até aqui para informar que não vou participar. Nesta data, há um ano atrás, o governador recebeu as organizações, a Anistia Internacional, terra de direitos e os familiares de Marielle e Anderson, para dizer que tinha compromisso com o caso, no entanto não é isso que é visto, nem publicamente nem na prática", disparou Mônica. 

Durante este tempo, já houve diversas trocas no comando da investigação por parte da Polícia Civil, e o movimento mais recente em relação ao caso foi o anúncio por parte Ministério da Justiça de inserir a Polícia Federal no caso. Não como uma federalização da investigação, mas como um apoio numa espécie de "força-tarefa", para descobrir a motivação e os mandantes dos assassinatos. 

"Em reunião no ano passado, o governador tinha em sua mesa, o Allan Turnowski, que era então secretário de Polícia Civil que, segundo o  governador Cláudio Castro, ele era seu homem de confiança. Neste mesmo ano, Alan foi preso e teve uma série de reportagens mostrando o descaso e não comprometimento dele com o caso de Marielle. Eu não vou sentar à mesa com um governador que não tenha um compromisso de fato com elucidação deste caso. Com fascismo, a gente não dialoga. Cinco anos é tempo demais, a democracia não pode esperar, a sociedade brasileira e toda comunidade internacional exigem resposta", completou Mônica.

Até o momento, apenas dois suspeitos dos crimes foram presos: os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, em 2019. Os assassinatos de Marielle e do motorista são lembrados anualmente em atos no Rio.

Contactado através de sua assessoria de imprensa, o governador Cláudio Castro disse  que "recebeu hoje (terça) integrantes da Anistia Internacional no Palácio Guanabara e prestou solidariedade às famílias de Marielle Franco e Anderson Gomes- a viúva e a cunhada do motorista estavam no encontro". 

Castro reforçou "seu compromisso com a elucidação do caso e garantiu apoio incondicional à ação conjunta entre a Polícia Civil, o Ministério Público e a Polícia Federal".

A nota do governador também "lembrou que atendeu um pedido feito pela Anistia no ano passado, de manter a equipe de investigação da Delegacia de Homicídios responsável pelo caso. Cláudio Castro se comprometeu a continuar dando à Polícia Civil todas as condições para que possam da melhor forma possível investigar quem quer que seja e, por fim, chegar ao responsável pelo crime", concluiu. 

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